segunda-feira, 14 de março de 2022


 



Sinto falta das palavras ,sinto a distância que nos separa. Sinto falta de dar-te a mão para seguires o trilho da segurança na esperança de ver crescer a criança que se fez homem. O tempo fez-nos crescer, inevitavelmente com contradições e inseguranças. Este amor que nos une, este amor diferente que nos magoa. Sinto falta do tempo para me redimir o que não disse por ser mãe e pai naqueles dias em que ao adormeceres éramos sós. O mundo mudou, o tempo mudou, a envelhecer, não sei se terei tempo de voltarmos a ser únicos nas nossas vidas. A escrever ainda que tardiamente com o coração nas mãos e as lágrimas em degelo, sinto falta das palavras que muito raramente disse porque quis que fosses duro na queda, que te levantasses sem eu estar por perto. Pequei? só terei de pedir perdão se me disseres que de algum modo falhei por não saber demonstrar um amor maior que todos, aquele amor visceral, aquele amor que sai de dentro num grito primeiro, aquele amor eterno tão meu quanto teu. Amo-te!





Célia M Cavaco In MOMENTOS