terça-feira, 8 de março de 2022


 


Nada é nada, se nada somos, nada temos. As variantes dum acumular de emoções é o preenchimento emocional que nos faz sentir humanos, ser para sentir.
Sofrer, uma necessidade, uma evolução, cair para levantar, ainda que a ferida sangre, choramos mais pela dor, do que pelo que provocou a queda. Existem dois tipos de ferida, a que sangra, e a que dói sem se ver. Imprevisível, não acreditando na possibilidade de que outros nos possam magoar propositadamente. É uma dor que dói sem se ver, intensa e que perdura como mágoa, a mágoa tal como o amor que arde sem se ver.
A desilusão é um aprendizado. A mágoa e a dor simbolizam a desigualdade e a indiferença, uma e outra fazem-se sentir mesmo quando sentidas de igual forma ainda que diferentes . A mágoa é invisível, a dor é invisível mas deixa a nu a ferida da desilusão, sendo esta a maior das dores, persiste até se aprender que algo sobrenatural ensina-nos e leva-nos à sobrevivência, com ela crescemos aprendendo a arte da auto defesa.





Célia M Cavaco, In Desvios





Arte: Yung Lin