segunda-feira, 7 de março de 2022


 


Partir é difícil, mas o regresso torna-se além de difícil ainda mais doloroso. Por que regressar a um vazio que não nos pertence, mas, que, ainda moramos dentro ? Por que voltar ao abrigo que se tornou desabrigo mesmo que o que interessa é querer estar dentro do que ainda se quer salvar? mesmo sabendo antecipadamente que dentro mora a dor que não é visível mas que embrulha, desarruma qualquer um dos lugares que se ocupa, que moradia esta vazia por dentro e cheia de todo o querer; deixando ao abandono o que ainda pode resistir, salvar, tentativa de recurso mesmo que seja impensável ( ... )
Nada como era, nada como foi, a dúvida persistirá, porquê?







Célia M Cavaco, In Desvios