domingo, 8 de outubro de 2017





Forçosamente recrio um espaço onde possa estar entre e com as palavras.Muitas vezes encontro palavras gastas,arrumadas,sem lugar de encaixe no poema por escrever.Vou no texto como um encontro inesperado.O que for, será.A imprevisibilidade das palavras surgirá subitamente com o instinto criativo.Confidencias,sentimentos inesperados escreverão mil palavras que eu mesmo desconhecia.A minha existência é toda ela vestida de palavras intimas,por vezes, têm uma dor violenta que quase me faz desistir de conjugar todas as sílabas.Umas violentas,outras de uma suavidade tamanha que me tornam amante da ilusão.Feita de todas as palavras abraço o corpo do poema.Ausento-me na procura de gestos,reencontro nas reticencias a nostalgia.Quebro a saudade no ponto final.Mudo demasiadas vezes ao encontro da linha onde tudo recomeça.Nada é perfeito,até as palavras se deixam explorar numa súbita sedução,o segredar intimista de cada palavra é tão provocatório que levianamente me deixo apaixonar pela prosa. Com sentido de posse deixo às palavras a magia de todos os sonhos inimagináveis. Mantenho a lucidez para que a decadência não atraiçoe as palavras,deixo no erotismo o prazer de escrever...







Célia M Cavaco,In Desvios