Precisamos duma janela para entrada de ar fresco, renovar a alegria e a capacidade de respirar o nascer do dia. Uma porta para entrar e sair todas as vezes que são necessárias. A diferença entre uma e outra, é a última, uma porta quando se fecha geralmente não volta a abrir, caso aconteça, nunca a entrada será a mesma. Há uma liberdade limitada, a claridade exterior é incomparável, mesmo quando o sol iluminava o interior deixando as claridades fundirem-se numa só.
A indecisão persiste até à tomada da escolha, entrar e ficar para sempre? ou sair definitivamente? torna-se tão pessoal que uma vez tomada uma atitude continua haver a janela, jamais a porta, essa uma fez fechada não há chave que a possa abrir. Um ciclo que se fecha jamais voltará a ser o mesmo, é como se o universo desse um primeiro e único aviso.




Célia M Cavaco, In DESVIOS