quarta-feira, 21 de dezembro de 2016












Quando as mãos envelhecem,apercebemo-nos que os gestos se gastam,a cada dia, um carinho a menos desenhado no rosto que dorme ao lado.
As mãos gastam-se envelhecendo na contagem dos dias
que somam anos.Inertes,constroem sonhos contados nos dedos, a um, somam-se cinco,mais cinco formam dez dedos de esperança,tantos quanto os que se multiplicaram vezes sem conta na divisão de afectos.
Ao lado, outras mãos atrevem-se à magia,à paixão,ao amor, suporte do braço, de um abraço estendido às mãos que ainda sustentam e acariciam.Ao lado,outras mãos...
deixaram na pele a recordação de como nasceu antes do beijo o gesto.









Célia M Cavaco / Desvios