O romance vai a meio,assim como quem não quer a coisa pegou numa caneta e numa folha A 4 despejou todas as palavras que fizeram frases e avançaram por pontos finais parágrafos. Mudou sempre que foi necessário para a outra linha.Na outra linha, outra história foi crescendo até contar ao todo sessenta páginas.Entre ele e ela caminhos,sobretudo ela que quase sempre foi dar a ruas sem sentido,ele acompanhou-a até um dia.Em qualquer romance há um dia,feliz ou infeliz um dia.Um ponto final,um recomeço, outra escrita, outros compassos de tempo e de espera.Sem resumos contado ao pormenor elaborado, a criatividade avança.Entre rasgos de sonolência as folhas vão-se amontoando.Ainda com título provisório a capa está desenhada a lápis de carvão onde as sombras incógnitas mexem-se com vontade de saltar e fazer relevo nas cores escolhidas, enquanto a imaginação por vezes adormece extenuada.No avançar da escrita a alma prende-se na emotividade,o espírito voa sem pousar na pontuação.O coração perto da razão combate infracções.No fundo habita num reino de consciência,só assim a história se manterá fiel com princípio e supostamente um fim.Um fim inesperado,um fim onde o fio da navalha a sustenta à vida que escolheu.
Célia M Cavaco / O Reino da Consciência