quinta-feira, 29 de dezembro de 2016





Escrever sobre o amor é difícil, e, raro o entendimento sobre o que alguém sentiu, ou viveu, nesse amor inexplicável, que acontece uma única vez na vida. Grandes mulheres souberam viver e partilhar um amor único. Também ouve homens que amaram duas mulheres em simultâneo.Dois amores diferentes e fortes,ou talvez um, fosse tão grande e verdadeiro como grande era o respeito pelo primeiro. Confuso mas sublime para quem o viveu.Vou na primeira carta,grande e extensa, a ausência é descrita como uma dor que se sente sem se ver,a descrição do beijo,o primeiro beijo... deixou-me a olhar para as letras desenhadas numa caligrafia perfeita, com enlevo, senti-me uma intrusa a querer sair devagar sem virar a folha seguinte.Três folhas mágicas que tenho nas mãos para ler,e reler, devagar, saboreando cada palavra desenhada numa caligrafia francesa,descobri como os dois se amaram num só. Que privilégio conhecer este amor através das cartas depois de ouvir de viva voz a sua narrativa. Voltando à carta,à primeira de muitas que comecei a ler,começa assim:
Meu querido,querido Amor,
Na despedida,na tua despedida que não é a minha,estarei perto de ti,quero estar para sempre junto de ti.Não haverá adeus que nos separe,não haverá distância nos beijos que que ainda havemos de trocar. O meu amor é a minha consciência,por isso escrevo,por isso afirmo solenemente que te amo.










Célia M Cavaco / Desvios