quinta-feira, 19 de novembro de 2015





O jardim deserto!...O único barulho é o silêncio dos seus passos. As folhas afastam-se para  darem passagem,o vento leva-as para outras paragens,vão ocupar outros espaços longínquos na troca das estações.Levam segredos das gentes que ali pararam para descanso da alma assoberbada de conflitos interiores.O jardim tem bancos de pedra, e poesia em cada recanto; O canto dos pássaros num alvoroço de partida e chegadas; sem rumo,desenham no céu uma nuvem escura de asas que batem os ventos. Todos os bancos têm  confidências de quem se sentou a descansar nass horas mortas do dia...
Caminhando silenciosamente,ouve-se a respiração do fim da tarde.O cansaço do final do dia aproxima-se com o ocaso do sol,não tarda que o escuro leve do entardecer, feche as portas do jardim. Lá dentro caminharão de braço dado, as árvores,as folhas e o vento num diálogo conflituoso.Tudo é reposto nos seus devidos lugares. Antes de sair do jardim,olhou em redor, tentando compreender o silêncio das árvores,dos poetas e dos seus poemas. Lado a lado, a natureza e a poesia fazem um refugio  que acalma quem ali passa e procura na serenidade a paz interior.Podia ser só um jardim...Ela uma  pessoa mais que  ali passou no exacto momento em que a natureza segredou os seus silêncios habitados naquele espaço único,onde tanta gente segreda os seus silêncios melancólicos.









Célia M Cavaco / Desvios







Foto: Parque dos poetas,Miguel Torga ( Oeiras)