quinta-feira, 18 de agosto de 2022


 

Quando nada demove o silêncio
a demanda dos pensamentos
voam consoante o contar das
estrelas, uma, a uma é um céu
de luz a entrar pela janela
escancarada com cortinado
de lua cheia.
Sabe bem voar nos caminhos
que silenciam os sonhos.
Pensamentos aprisionados,
passos desgastados pela terra
batida, o ir e voltar no voo
das aves que com elas trazem
o crepúsculo.
Nas horas da tarde as memórias
dançam sem dor nem mágoa.
Apenas o silêncio é libertador
quando a solidão lhe é aliada.







Célia M Cavaco, In DESVIOS