sábado, 18 de junho de 2022


 



Amar, amar perdidamente escreveu a poeta. Amar é uma constante, ama-se os meus, os teus os nossos, e depois os outros. Um dia escreve-se num testamento, e entre linhas fica: deixo as minhas memórias àquele que eu mais amei na vida. E a vida foi tão breve que só agora tinha começado a amar. Amar, só por amar, é demasiadas vezes repetido em vão como uma palavra vulgar. Eu amo, tu amas, nós amamos...é dar ênfase ao verbo para compreender que quando se ama é para sempre, julgamos e repetimos para sempre. não um amar atabalhoado que a cabeça embriagada fica em desnorte e confunde gostar muito com o Amar. Amar é gostar, porque será o início . Começa-se pelo afectuoso abraço, depois o beijo que sela a união do abraço mais o beijo. Só quando a história começa a escrever-se ,sim, o Amor escreve-se, sente-se, ousando até inebriar os sentidos. Sabe-se de antemão que o amor bate sem pedir licença, entra por desvios. Encontra-se num qualquer lugar e fica eternamente como uma noite de verão, ou morre no instante em que abre o coração e a boca fica muda sem proferir palavra...acontece, porque o amor é o amor é... vá lá arranjar-se uma explicação para toda a adolescência que causa esse gostar descontente, ser  o fogo que arde sem se ver. O amor é cego, mas não é surdo . Com todos os defeitos, o amor, escolhe o momento certo de se fazer acontecer. Para tanto, basta que seja como as cartas de AMOR, ridículas como só ele sabe expressar-se. O Amor é o Amor, e depois, passa a ser página de um qualquer tempo sem hora...




Célia M Cavaco ,In DESVIOS