terça-feira, 5 de junho de 2018


Na penumbra da noite,o corpo despe-se de debruados gestos que combinam na perfeição com mãos que avançam e recuam por evasões intimas onde os segredos são silêncios badalados nas horas perdidas da noite.
Toda a sensação é arrepio,todos os gestos são revestidos de beijos nas madrugadas sonolentas onde o sol espreita a nudez do poema por vestir.
Das mãos, conta o amor antes de adormecer, que o cansaço é pousado nos lençóis que calam o renascer contínuo de outro dia,outra noite,onde os corpos resvalam pelo dedilhar dos dedos em mãos que se procuram à noite onde a lua num dançar erótico de palavras nuas faz que todas as noites sejam luar.Todo o poema tem os sentidos orientados até à porta que se fecha sobre si.No outro lado deitados sobre a doçura que acontece, o grito rouco sobre-põe-se ao poema desejo...




Célia M Cavaco,In Desvios