domingo, 11 de junho de 2017


Não sabem.Não têm de saber porque não dorme,passa as noites a escrever,faz da noite o dia . As insónias são uma constante,vagueia pela casa,conversa com as fotos que emolduram ausências. Tenta adormecer,o barulho da noite é incomodo,o silêncio é ensurdecedor ...
Pensou escrever um diário,não tinha personagens. O cansaço invade-lhe o corpo.O corpo regressa à cama.Adormece no sono.O sonho entra-lhe no corpo que se agita-se na febre do quinino.O quarto está quente,apenas a ventoinha lhe apaga o suor. Ouve outras vozes,a agitação da manhã entra-lhe pela janela. O corpo insiste em doer-lhe,conhece os cheiros,as horas passam,o calor fica...
A rega da tarde trás o fresco.Senta-se na varanda esperando por ele...as acácias inundam com perfume a rua,a rua de vestes coloridas.As crianças atrás das costas de suas mães dormem o sono da ignorância. O oceano entra no sonho,o oceano no outro lado do mundo.O seu mundo a sua paixão. O ocaso em ritmos de savana feita de batuque e amor.O corpo inunda-se de paixão,ela,ela acorda a noite...









Célia M Cavaco,in Desvios
27-5-2015