terça-feira, 3 de janeiro de 2017











Depois de ler as cartas que me foram entregues e sei que são muitas ficarão por ler; fiquei num silencio absoluto.Interiorizei cada palavra,fiquei com as palavras nas mãos como se quisesse que aquela ternura que ultrapassou os limites de um amor inimaginável fosse minha,minha para poder encontrar um amor perfeito,sem barreiras,apenas um grande Amor;Um amor fora do convencional,um Amor sem limites,um amor de época,intemporal, numa ternura imensurável .
Em cada carta,a poesia dele impôs a ternura que perdurou na intimidade secreta que só os dois viviam a cada momento improvável,simplesmente acontecia .O amor nasceu numa troca de olhares, um olhar imediato, um sentimento que ultrapassou décadas,um amor com princípio e um fim sem tempo,apenas ausência inesperada.As cartas dela escritas numa timidez de menina que se descobriu Mulher, com receio ousado de querer ir sem premeditar,dar-se sem medos.Não fosse a persistência dele,com a ousadia envergonhada dela,o amor não teria acontecido só porque estava predestinado,não seria de todo o amor intenso,naufrágio de noites longas onde ambos sobreviviam na ilha deserta da paixão.Tantas folhas amarelecidas e pintadas com tinta de húmidas lágrimas. Hoje existe um mundo de promessas eternas,um lugar de encontro no outro lado de espera. Os dois foram barco atracado no cais onde a bonança eram corpos em velas de vento num mar de calmaria.
O amor quando nasce traz consequências imprevisíveis,fica ou parte.Quando acontece é eterno como uma gota oceânica que faz toda a diferença.









Célia M Cavaco / Desvios