sexta-feira, 2 de outubro de 2015






Não sei o que faço aqui,inquieta-me proximidade de estar onde me ausento. Não sou eu,é apenas uma fracção de mim que navega por instantes em pensamentos permeáveis à minha invasão interior.Ouço os conflitos das mentes cansadas pela sua pequenez como seres humanos. A réstia de humanidade que ainda lhes assiste batalha com o livre arbítrio entre o bem e o mal. Uma luta de titãs.O melhor de mim é acreditar que ainda sou diferente,mantenho o meu lado humano intacto.Acredito na minha sobrevivência,a minha sanidade mental como uma caixa de pandora. Sou a leve esperança de mim mesma. Mantenho os sonhos inalteráveis,invento a inexistência de muros,palavras e gestos de fraternidade. Acredito que calamos dentro de nós a humildade de reconhecermos a igualdade porque existimos sem diferenças.A alma é um perfil inimputável.






Célia M Cavaco / Desvios






Imagem: Laura Makabresku