domingo, 4 de outubro de 2015






Deixei de ouvir o teu nome. O vento levou-o e roubou-me o alcance do eco.Interpelei o vento norte, que agreste murmurou ventos e tempestades. Clamei ao vento sul,que calmo e brando sussurrou-o em segredo;Levando-o de novo como palavras levadas pelo vento. Um nome que repito como se ouvisse pela primeira vez.A minha impaciência,atravessa a memória do que recordo desse nome. As manhãs,e as noites, confundem-se no traço com que escrevo,não o nome,mas um rosto desenhado em névoa. Todo o nome tem um rosto,o meu desenho-o na descrição do poema inventado.No final do poema, darei nome ao rosto,onde encaixe a imaginação do que ainda recordo de ti...



Célia M Cavaco / Desvios





Arte: Max Gasparini