domingo, 24 de outubro de 2021


 


Transcendo-me na incessante procura de alguma coisa  a que não lhe dou nome, apenas procuro, de mim, o eu que me transforma e desarma a inquietação e o desassossego habitual das palavras que teimo em deixar o vento levar. Em sussurro nocturno um leve toque que roça como um beijo de anjo.
A noite faz-se de silêncios,  pensamentos que voam como as aves que procuram o regresso ou a partida para outras viagens. Que inquietude, que factos requerem as palavras para a última e repetida valsa nas horas tardias da noite na penúltima badalada ?...
Pensando longe (...) A última leitura do poema transversal a uma outra forma de vida. Na noite escura todas as estrelas brilham, entre todas, um nome que o escuro teima em fazer brilhar, todas as estrelas fazem do universo o inexplicável segredo que não conhecemos . Quando olhamos para esse universo de estrelas há uma a acenar-nos  brilhando com a lágrima que deixa cair numa tentativa de beijo ou saudade infinita até que possamos adormecer na paz que nos é dada até que a última estrela também ela adormeça.











Célia M Cavaco, In DESVIOS