Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
domingo, 5 de março de 2017
Olhei-te uma única vez,as mãos colaram-se ao teu rosto sentindo a escultura perturbadora das faces. Foi há muito,a intemporalidade não desfez o esboço com que te apanhei entre mãos de dedos abertos aos afectos de linhas desenhadas que guardo até hoje.
Tudo se resume ao tempo que foi,hoje e ontem conta-se pelos dedos os anos ásperos de vida em lentura dum tempo antes de sermos curvados e secos às lágrimas ausentes de presença.Fecho os olhos e encontro sempre o rosto jovem do meu naufrágio.
Célia M Cavaco / Desvios
Arte: Efkoart