segunda-feira, 31 de outubro de 2016






Não sabe porque se afastou,pensou,se ninguém souber melhor,mais tempo tem para se reencontrar nessa estranha forma de ser,a sua sensatez estravaza para o estereótipo de uma futura louca. Sim,o mais certo é um dia falarem: Coitada,era excêntrica e irritantemente silenciosa.Só que de excêntrica, e louca, de vez em quando, e, quando lhe desse jeito para a desculpa esfarrapada de um dia  estar num escaparate noticioso.Mulher solitária viveu rodeada de multidão, e nas suas ultimas palavras escritas, deixou num diário o seu ultimo desejo; quando... e só quando acontecer, viver na montanha mais alta do mundo.Que as cinzas sejam deixadas ao vento,eram as últimas palavras da pobre louca que era lúcida Era hilariante pensar que podia ser assim,afinal, de louco todos temos um pouco. Arrumou os papeis desalinhados numa pilha onde começara a escrever uma história com uma única personagem,uma escrita sem confirmação e veracidade dos factos . O que é para contar,conta, escrevendo alucinadamente antes que se arrependesse ,e tivesse de antecipar a morte da personagem.Se bem que morrer no final de um livro de capa dura encadernado a veludo como o caixão do conde Drácula , seria de certo um promissor best seller .A louca, doida, dirão alguns.A história resume a vida de uma mulher que insiste em não querer assumir que cresceu,parou no tempo,quer por força iniciar a vida de adulta a partir de uma data do século passado.Voltar ao tempo que por loucura se tinha enclausurado num emaranhado de vidas passadas sempre envolta em mistérios.Nada como escrever sem alinhavar o pensamento,as ideias surgirão como relâmpagos,assim a imaginação dê asas para iniciar o capítulo um.

(...)







Célia M Cavaco / Desvios