sábado, 10 de setembro de 2016






Dizia o poeta...deixa lá a poesia...
É assim que se começa a gostar de poesia,escolhermos um poema que nos diz muito, e, ir à procura da obra ao ponto de escolhermos como referencia este ou aquele poeta. É assim a poesia,um a um vamos lendo e acumulando livros até sabermos quase de cor os poemas de cada um dos eleitos .Os clássicos são a primeira plateia,não me venham dizer que temos de dar lugar aos novos poetas esquecendo aqueles que nos ensinaram primeiro a sentir,é isso,a poesia tem a ver com o sentir e o ouvir. Ouvir poesia é em simultâneo sentir as palavras. Já dei por mim a querer só "Ouvir",impossível,é como ver uma rosa e não nos apercebermos que ela se veste de espinhos.Temos de sentir quem escreve,identificarmo-nos com a sensibilidade do poeta. A poesia não tem o Ying nem Yiang,mas no fundo,bem lá no fundo, o poeta tem a linha directa para o coração. O feminino das palavras é o lado materno da poesia,seja dor,ausência,saudade,amor,paixão, intuição (...) A composição necessária para usufruir desse dom maravilhoso de brincar com as palavras usando a poesia para vestir a pele de ser "Poeta". Uma só pessoa pode-nos prender pelo silêncio das palavras,um quase sussurrar enche um espaço onde disciplinadamente sentimos com o olhar cada palavra como se lêssemos apenas o movimento dos lábios.







Célia M Cavaco / Desvios









Foto: Célia MC ( Parque dos Poetas,Oeiras)