Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
sábado, 3 de setembro de 2016
Como fosse possível descrever o Outono,aquele outono sem ser de estação.Porque te dei o nome de Outono,és o Outono físico,aquele onde me é permitido sonhar porque só eu tenho os cheiros e os sabores teus,meu,é apenas o nome que te dei para seres o tempo que guardo num abraço longo e um beijo inesperado.No olhar o tempo que despertei e aprendi a conhecer-te. Nem a brisa nem as folhas da estação conseguem igualar-te. És o Outono que teima em fazer-me recordar e lembrar que apesar do cinza que cobre os cabelos,das rugas que sulcam a pele,e da estação dos anos que assolam como anéis de uma árvore que morre de pé.Serás sempre o Outono da minha existência,essa, onde as folhas caem e nascem nos momentos exactos de todas as memórias que envelhecem ao sabor do tempo. O Outono és tu,eu,o nascer das folhas nas tuas mãos que se entrelaçam entre os dedos que contam os anos da primeira estação. O Outono és tu...
Célia M Cavaco / Desvios
