terça-feira, 5 de julho de 2016






Três portas,cada uma com a seguinte informação : Insegurança,tranquilidade e serenidade.
A primeira estava fechada,bateu,não ouve resposta,ainda assim insistiu e a porta abriu-se espontaneamente,ao entrar não viu ninguém,mas viu um quadro onde se podia ler: Mesmo fechada,insististe,e entraste...
Saiu,passou à porta seguinte,a da tranquilidade. Não estava fechada como a outra,espreitou,e qual não é o espanto quando dentro estava uma longa estrada de terra batida rodeada de todas as flores num único canteiro. A tentação de apanhar uma rosa foi instantânea picou-se,um leve fio de sangue escorreu pelo dedo...ouviu uma voz tão suave que a tranquilizou: Por ser uma rosa não quer dizer que não possa magoar,mas antes de tudo foste tu que a magoaste ao tirar-lhes do lugar onde ela estava no mais absoluto silêncio. Fez sentido,a tranquilidade só é interrompida por nós mesmos,por uma acção directa...
A terceira porta,uma luz intensa saía por baixo,parou,escutou, atrevidamente abriu-a, e, dentro da sala,que não era uma sala, e sim um céu azul intenso que piscava entre o ser dia, e noite, onde todas as estrelas brilhavam por instantes como um convite a ficar ali,sem mágoas,sem rancores,e com o instinto do "eu" onde a tranquilidade e a serenidade estavam juntas. De certa forma, tinham em comum os sentimentos. Voltou à primeira porta,sem bater,abriu-a de par em par,a serenidade com que se atreveu a abrir sem bater,deu-lhe a segurança que há muito estava perdida. Todas as etapas são um percurso necessário,ainda que pelo meio haja um sinal de alerta...











Célia M Cavaco / Desvios