A sensibilidade ausenta-se,os livros arrumam-se em fila nas estantes. As leituras tiram férias,a poesia,a saudade, deixam de fazer sentido. As folhas acasalam nos ramos das árvores, frondosas,vestem-se de frutos apetecíveis,as flores nasceram,cresceram e nascem novamente em vasos transplantados cumprindo o ciclo, terra,raízes, folhas, flores e frutos. Os poetas segredam a pré apresentação do Outono onde as folhas irão cair,o vento fraco fará voar as folhas que antes vestiram as árvores e darão lugar a momentos nostálgicos e tudo voltará ao normal. Os cheiros das compotas,as tardes no alpendre esperando a chegada das aves. O amor regressa do verão que foi...O romantismo,a intervenção poderosa do poeta que se afirma no papel em rascunhos verbais. A poesia, a estação emocional instala-se no folhear pensativo olhando o horizonte do tempo que volta a ser...
Célia M Cavaco / Desvios
