sexta-feira, 20 de maio de 2016






Se escrevesse tudo o que guardo e sei,o vento seria o meu aliado,e de braço dado, os segredos espalhar-se-iam como cinzas,e iriam florescer canteiros de amores perfeitos em qualquer lugar distante onde os amores repousam a posterioridade em campa rasa, sem inscrição,porque de amores não se reza ,guardam-se,sentem-se como brisas levadas pelas asas do vento as palavras cantadas em trovas que passam . E de mim? Que saberá o vento,se nem em surdina o lamento chegou a amor perfeito? Tantas viagens em vão,tantos segredos no coração...Os aromas ficaram nas mãos que pousaram e descuidaram a dar atenção ao vento que escutou segredos,e, em voo de andorinha fez a primavera no beiral da janela que deu entrada ao coração.










Célia M Cavaco / Desvios










Photo: Natália Drepina