Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
domingo, 8 de maio de 2016
Gosta de mim sem enfeites,nem laços dourados que escondam o que não sou.
Gosta de mim,tanto quanto o meu desejo de te querer,sem nada por esconder nessa aparência que se exige quase perfeita. Seria tão simples, sem a imaginação do que não existe.Apenas nós,apenas a pele despida de todas as roupas que escondem o que ainda desejas sem ver. Gosta de mim inteira,sem metades repartidas,sem maquilhagem,apenas, nas mãos,o desejo de vestir-te sem brilhos e transparências obscuras...
Quero que gostes do que é invisível aos olhos,que descubras o verdadeiro eu despida de vaidades e preconceitos,nua,apenas vestindo a roupa interior com que a pele se cobre a si mesma.Uma realidade,sem reflexos,somente o que posso dar-te.Olhar-te,escrevendo as nuas palavras com que ofereço a transparência de um olhar...
Célia M Cavaco / Desvios