Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
sábado, 14 de maio de 2016
Amar!...Palavra de uso excessivo. Eu gosto de gostar,amar é carência. Amo de amar os que me rodeiam,os que sei ao meu lado.E no silêncio eles sabem que os amo,não necessito verbalizar para saberem dessa minha forma de amar. O gosto,tem um significado que abrange a ternura que deixo no lugar onde encaixo o abraço,o beijo que acaricia a face que se aproxima. É assim que amo,é assim que gosto de amar os que escolho,ou escolhem gostar de mim. Sou de silêncios na forma de gostar,procuro ir ao encontro dos lugares que gosto,respiro fundo,aspiro os cheiros das marés,da erva do jardim que esconde os meus segredos.Das palavras que deixo debaixo das árvores,até a Florbela Espanca escuta as minhas intermináveis caminhadas.É a amiga que mais me ouve sem criticar os meus devaneios. Somos o oposto na troca de palavras,mas caracteriza-nos a ausência,a saudade,e amar só por amar, é de ambas, a forma nostálgica de sonhar longe,querer laços longínquos daqueles que queremos num abrupto desejo irrealizável. Sou a indefinição daquilo que ainda sonho,sou verbos conjugados nas noites que olho o Tejo. No silêncio, sou aquele oceano Indico que embala a minha nostalgia.
Célia M Cavaco / Desvios
