Devia ser proibido ler romances.Os romances são coisas escritas sem credibilidade. São sentimentos impróprios,inexistentes. Quem quer acreditar que um amor nasce de um olhar,ou de uma simples conversa onde se expõe frases tão ridículas e fora de moda? As pessoas gostam uma das outras pelo contacto visual. Quem quer saber o que cada um carrega dentro de si,ou que um coração bate desordenadamente, e que,dizem, faz desmaiar ou sentir borboletas no estômago? É tudo invenção romanceada de alguém que um dia pensou estar apaixonado e escreveu num papel as frases mais lamechas que se podem dizer ao ouvido do outro. O outro é o meio a atingir. Romances na vida real? Impossível, é tal como as supostas almas que se cruzam e pensam ser gémeas num deja vu de uma existência tal como Romeu e Julieta . O amor existe,claro que existe.O amor é outro estado,esse sim, é bom e recomenda-se,apesar do amor também fazer doer, e magoa porque se leu um dia um estúpido romance onde no final tudo era príncipes e princesas,ou então havia a personagem de uma beleza estonteante e um deles se apaixonou pela falsa aparência do outro. Devia no início de cada romance ter o alerta,"Pura Ficção". Romances cor de rosa, diziam os adultos que nunca se tinham apaixonado,ou então feito votos de castidade que impedia manifestações amorosas em publico, tal como dar a mão e passear numa noite de luar,comer à luz das velas,e depois de toda a etapa, porque tudo tem um começo, chegava o inesperado fim de namoro. A primeira vez devia ter um manual de instrução. Amar, é simplesmente um romance por escrever. Mas o Amor,esse sim,tem toda a sensualidade de um toque,de um beijo,de um começo de tudo que tem tudo para dar certo.Nunca será um romance,isso não.Porque...todas as páginas são sempre de um possível "Happy End" coisa de romances e filmes.
Célia M Cavaco / Pontas Soltas
Arte: Florian Nicolle