Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
quarta-feira, 9 de março de 2016
Trouxe comigo o cansaço
quis o destino que assim
fosse, traçado por quem
de direito bafejar-me com
tal sorte,nem de mais
nem de menos não me
posso lastimar...
por quase mil sóis e mil luas
ando sem saber onde pousar.
O corpo pede descanso
não o eterno, esse a linha
da mão diz ser longo e demorado
que se atrase digo eu
assim o coração tome cuidado.
A saudade faz-se de ausências
e por ai, caminho sem eira
nem beira, como cigana
errante rumo ao sul
onde penso em amores
e desamores procura
insane da minha loucura
O cansaço dói na alma
esse ninguém o vê
sinto a tal dor e nem
sei bem porquê.
Contradigo-me no que penso
cansaço do meu sentir
se caio em desesperança
ai de mim,que castigo...
esse cansaço que insiste
em mim persistir...
Célia M Cavaco / Desvios
Photo: Benoit Courti