Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
domingo, 13 de março de 2016
Que faço aqui ? A que lugar pertenço? Tantas interrogações,tantas incertezas. As dúvidas persistem porque desconheço-me nesta forma de vida. A minha imagem não é desta época,o espelho dá um reflexo de uma outra que não eu. Revejo-me em outros lugares,noutras vidas,noutras existências...
Que faço aqui? Que alma me habita? O espírito errante vagueia por um deserto.Tenho sede de mim,quero beber no cálice onde o graal da vida me seja restituída. Quero assistir ao renascimento, cortar o cordão umbilical. Quero por direito ser dona e senhora de mim,eliminar à nascença a marca de escrava induzida nesta sociedade mesquinha e infrutífera . Deixem-me nascer com escolhas minhas,sem progenitores,sem apendices ,tudo o que não tenho,me seja ofertado num altar divino. Em legitima defesa serei a coroada. Renasço em asas de Ícaro (...) Sou fragmentos reconstruidos num puzzle de ecologia emocional.
Célia M Cavaco / Desvios
