sábado, 6 de fevereiro de 2016




Tatuar a pele com as mãos vincadas pelas rugas pregadas
nos dedos da mão, o corpo usado,desbotado, sem a cor do
tempo, a juventude perdida nas horas da noite desfeita nas ruas 
sem luz, as pedras polidas, as solas rotas de caminhos trilhados e
escondidos; As  lágrimas no beijo da morte.
A noite do pregão,da venda de segunda mão...tantas, que perde
a conta ao contacto da vida com promessas desfeitas,mesa sem
pão, sangue sem cor,sem dose que acalme o vício...
A dor que não sente,a vergonha perdida. Os filhos,muitos perdidos

na sala de partos,nas ruas sem afectos...
Um a mais,tanto faz, a morte estará sempre numa próxima esquina.








Célia M Cavaco / Desvios








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