segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016






Que me importa amor,se acordo nas Avé-Marias da madrugada,se o corpo  estremece na manhã fria,onde o terço rola as dezenas da perdição.
Que me importa ser a Madalena, a pecadora das palavras,pensamentos e acções onde o coração sangra por ti, saber-te longe na clausura dos meus pensamentos impróprios à confissão. Meu amor ausente,se soubesses o devaneio com que escrevo, o corpo perdido de afagos,nos lençóis brancos deitados ao vento,levando o chamamento por mim cantado.
Meu amor,esta carta perdida que nunca chegue ao teu olhar,sentir-me-ia perdida no senhor dos passos,na cela do meu martírio. Quisera eu amor,conhecer-te no meu desejo de donzela. Navegar por esses mares desconhecidos,ser salva pelos teus braços fortes,meu amor,esta pena minha,que te escreve sem pensar... crucificada nestas palavras que te escrevo,amor,meu amor desconhecido.Amor!...Só amor,em mim, reconheço que um dia te encontrarei. Amor te quero eu,perto,tão perto que de te desejar, sonho que acordo deitada no repouso da suprema felicidade sonhada...








Célia M Cavaco / Desvios








Arte: Moussin Irjan