Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Deixo-te ir,ainda que com mágoa sinta que faltou muito por dizer.A porta do quarto fechou-se com a corrente de ar inexistente,tudo configurava a cena de um filme. Foi assim que senti aquele aperto no coração.Não restavam dúvidas,estava só. O livro aberto indicava que as folhas da vida se podem rasgar.Não há como voltar a escrever se não houver uma borracha para eliminar as palavras errôneas por vezes invisíveis. Tudo começou com um prefácio,despertou-me a curiosidade aquele início da página. Apresenta-mo-nos um ao outro com referências. Os livros eram iguais,as histórias coincidiam. Era tudo perfeito, ambos líamos os mesmos capítulos,trocávamos impressões como se estivéssemos perante um juiz . Marcávamos ambos a página que nos propúnhamos a ler nos dias seguintes. Acabaram por ser anos,o mesmo livro,o mesmo início,o mesmo prefácio... Até aprender que nada é eterno... Um livro perfeito,com um prefácio esquecido.As personagens tornaram-se esquecimento.
Célia M Cavaco / Desvios
