quinta-feira, 5 de novembro de 2015




Vem meu amor,chega até mim, com as palavras ditas,esvoaçantes de ternuras declamadas. Com os mil bilhetes que deixastes de escrever; Com os beijos contados,nos lábios ávidos de os receber...
Vem meu amor,contar-me todas as aventuras, nunca antes partilhadas no leito do rio,onde adormecemos com cheiros de giestas e medronheiros da terra acamada sobre os corpos adormecidos. O amor contado em prosa,pela boca,pelos olhos,pelas mãos,sobretudo pelas mãos que deslizam e constroem margens contidas no cansaço, cansado de dois corpos sedentos de viajar no tempo ultrapassado das recordações.
Vem meu amor,pelo caminho mais curto e seguro da espera. Espero-te na permanência de saber-te partir.Dói a distância,mas esperar-te,vale toda a eternidade na entrega que me dou...Vem meu amor,sem pensares na despedida e no cansaço da chegada.






Célia M Cavaco / Desvios