Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
sábado, 31 de outubro de 2015
Sinto o frio das mãos que tocam ao de leve a febre que me assalta.Saístes sem que me apercebesse.O nu pernoita no corpo febril da ausência.Por vezes tento entrar, procurando-te onde menos sei...Lugares teus escondidos de mim...Afastada do alcance ébrio dos teus braços, navego nas águas que por magia, abrem passagem aos meus pés que flutuam no espaço.Deixo-me ir à deriva,um encontro prévio sem destino.Desatino!..Insane loucura de palavras proferidos sem eco. O regresso sem lugar.Da ausência permanente fiz-me de afectos e ternura.Inebriada,mergulho dentro de uma dor sem abrigo.Contemplo a noite sem estrelas.Prometes-te-me uma noite de luar,as estrelas esconderam-se para lá do horizonte...O universo perturbado deu-me o sono da noite.
Célia M Cavaco / Desvios
