Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Convidaste-me a entrar,a medo subi os degraus. A tua voz terna, seduziu-me a aventurar na entrada e ir até perto do som que supunha ser a tua voz. O espaço era amplo e de uma tranquilidade assustadora. A luz iluminava os raios que davam reflexos celestiais. Esperei que me chamasses.Penso até que adormeci no colo de alguém.A música de fundo era uma canção de embalar.Prolonguei-me no sono tranquilo e sereno.O colo era o conforto perto do peito onde o coração batia a suavidade materna. Tentei reagir ao acordar,mas a mão que me embalava,empurrou-me para a saída...
A medo, espreitei para o lugar onde tinha adormecido.As lágrimas brilharam como estrelas,o colo onde supostamente tinha adormecido,eram os braços da minha mãe...
Célia M Cavaco / Desvios
Arte: Mary Cassatt Plate