Nas tardes amenas do Outono, as folhas desprendem-se das árvores; As mãos tecem afectos embrulhados em duplos carinhos.Há sempre uma chegada,há sempre uma partida.A janela resguarda olhares,esconde nostálgias. O aroma das infusões, cheiro a bolo de canela e frutos secos.Corre o vento,chegam as laranjas e as romãs.A fertilidade da estação.Um sorriso agasalhado em roupas acolhedoras. A lareira aquece corações,o frio aquece-se nos cobertores.As mãos aquecem-se no bafo. Da janela, as cores de toda a vida. A página dum Outono, momentos que se prolongam em desassossegos amotinados.A meia luz a entrar na urgente quietude.Poiso a voz, em gestos, os lábios bebem lágrimas ...





Célia M Cavaco / Desvios