Aproxima-se o Outono. As folhas caem das árvores,depressa ficarão despidas. Há um encanto no nú das árvores,é como se despissem de preconceitos. O frio as fará tremer, o vento abanará os frágeis ramos até à próxima estação; Um ciclo de vida renovável. Nós identifica-mo-nos individualmente com cada estação,como em tudo; Uns amam,outros são amados. Há filhos,há netos,cada núcleo familiar tem os seus ramos,as suas folhas de árvore edificadas na força e na união familiar.
Cada um de nós tem um outono,uma primavera,um verão,e um inverno nas nossas vidas. O nascer e o cair da folha está bem representativo nos nascimentos e nas perdas com que cada um anseia pleno de alegria e felicidade no choro e na tristeza.Depois há a perda,todos tememos o final,cada um de maneira diferente.Um ramo que se parte,é composto pela saudade,pela nostalgia, por uma música que se ouve e nos faz lembrar ao pormenor cada momento desse dia. Ouvir a chuva a bater no vidro,um livro que nos marcou; A música de Chopin,ouvida no escuro da sala repleta de barulhos emocionais.O abraço trocado como conforto da palavra que não se soube dizer; São os momentos de cada estação que nos marca a nossa sensibilidade e maneira de viver.Os ramos que partem, ficam emoldurados nas cores vibrantes de um outono perpétuo. Nós somos as folhas caducas ou persistentes na nossa árvore da vida.
Célia M Cavaco / Desvios