segunda-feira, 28 de setembro de 2015




Abro o livro,não é um livro ao acaso,é um livro escolhido por mim,assim como todos os outros que tenho na minha biblioteca.Ao falar em biblioteca,parece que tenho um espaço enorme com livros,isso sim, é uma biblioteca.Mas a minha é bem especial,tenho todos os livros que gosto,história,cultura geral,filosofia, romances históricos e sobretudo poesia,estes últimos são recentes, talvez uns sete a oito anos para ser mais exacta.Uma paixão,que sem me aperceber, foi ganhando espaço e ganhou um lugar de destaque nesta minha biblioteca,onde me refugio,onde marco encontros,e por vezes encontros amores que parecem  pertencer-me de tanto se assemelharem ao que eu tento escrever num papel imaginário. Se gostaria de ser escritora? Não,não me parece que tenha mérito para tal.Longe de mim,mas gosto de ser uma escritora naif,se é que posso usar o termo neste contexto. Há dias,como todos os outros dias,parecem ser sempre iguais devido à rotina diária,mas não,há um não sei quê,que faz um click e o papel ganha a cor da caneta,ou então o lápis a carvão para melhor apagar o que não faz sentido; Como se a escrita poética fizesse sentido,posso escrever um grande amor sem ter amor algum.Posso descrever uma sensualidade,um erotismo que a imaginação usa para além do provável. Escrever sem rede,escrever naqueles dias em que o coração se perde em sentimentos vadios, ou então,escrever a sensualidade interior existente em cada um de nós.Acho que até mesmo os escritores tem dias marcados para escrever,digo eu...Que de escritora estou a anos luz. Um dia,um dia talvez eu consiga dar forma às palavras,palavras que depois possam sentir-se com o coração,de outro modo é um rascunho,é uma tentativa frustrada de querer ser texto sem conteúdo. Hoje,apenas abro o livro e inicio a viagem onde penetro na intimidade de mim mesma.








Célia M Cavaco / Desvios