Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
domingo, 6 de setembro de 2015
A tarde chega, o matizado pôr de sol,no horizonte perpétuo.Sintetizar por palavras o quadro inacabado,as cores fortes no pincel,os frutos pintados na cesta da árvore que acalma a fome. O oculto desejo, a querer permanecer na paisagem como sombra esbatida. A cor vermelha,em género de tempestade anunciada.Os pássaros voam na tela como pontos negros. Os olhos verdes sobressaem no surrealismo do quadro. A janela aberta ao som das árvores que exalam o cheiro do eucalipto,do pinheiro manso da paisagem. A casa branca, isolada do mundo.A personagem principal,mora dentro de si mesma; Desafia a noite, que se anuncia em aroma de chás inventados nas pétalas de rosas e jasmim. Adormece, guardando as cores do horizonte num olhar nostálgico e perene. Amanhã,as cores sobrevivem na janela da alma. Um olhar reservado na primeira plateia.Os aplausos ao cair do pano...
Célia M Cavaco / Desvios