Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
Partilhei o código do silêncio
ao abrigo do teu olhar
reservado ao entardecer
do canticos das aves
que voam num regresso
perdido do sol pôr.
Verdes são os campos
nos teus olhos regadios
com lágrimas de espanto
no olhar perdido do rio
que corre em leito manso
de encontro à foz do teu regaço
onde repousam os meus olhos
de encanto trigueiro na ceara de
trigo o encontro inesperado
olhares trocados e apaixonados
cantaram o entardecer da noite vizinha
em cama de flores do campo, amor,
de olhares meus no sol do monte
com cheiro de estevas num abraço
de ternura, amor de anos,amor
de colheita sã, bebido no templo, em
cama de ferro, lençóis de linho, bordados
de flores silvestres rendilhadas a fio de algodão
meu amor de verão,amor de trigo maduro.
Célia M Cavaco / Desvios
Imagem: Anka Zhuravleva