terça-feira, 18 de agosto de 2015



Ergueu o corpo que estava prostrado no colchão de palha no chão de pedra dura.Há dias que estava fechada naquele espaço quase conventual.As vestes eram a nudez pura e inventada na imaginação onde a prece era cada instante uma revolta a camuflar a ferida vazia à melancolia. O grito rouco soltou-se fazendo o mais absoluto silêncio.Perdeu a voz,sentiu-se desesperar por viver no interior de si mesma.Procurava solução imediata para ler a tristeza louca em que se encontrava abandonada sem razão. Lembrou-se das memórias,mas perdeu as horas.Descansa a debilidade de se sentir majestosamente viva. Abraçou a sombra,sentiu o cansaço desse esforço. O amor silenciou-a,perdeu-se na espera de o reconhecer. Ama o infinito. Espera por ele nas horas vagas do dormir. O corpo emudeceu com o ruído. As janelas deixaram entrar o ar. Tornou-se amante do sonho...







Célia M Cavaco / Desvios