sexta-feira, 21 de agosto de 2015






Aquela janela é um mundo. Um mundo que se habituou a ver com uma curiosidade quase diária. Ali permanece observando pessoas e coisas por vezes mirabulantes que a fazem rir. De manhã, ao acordar, é a primeira coisa que faz,olhar o mundo através da janela. Cedo os pássaros partem. Ouve a rega dos jardins no silêncio da manhã.Uma vez ou outra, o caminhar apressado de alguém que não tem transporte próprio e tem de apanhar o comboio. O comboio de todas as estações, que chega a Lisboa numa rapidez que mal dá tempo de olhar o rio Tejo. O rio Tejo,o rio da sua paixão; Tão grande, que antes de adormecer vai espreitar o prateado que a lua incide sobre ele. Ao acordar,vai ver o sol nascer sobre a ponte que atravessa o rio. A  ponte que leva à outra margem. Na outra margem,fica a estrada que leva a todos os outros caminhos. Uma infância,uma adolescência e um pouco da idade adulta. De resto, em todos os outros lugares sempre houve uma janela. A janela onde viu personagens por si inventadas. Cada janela tem uma luz própria,uma história para contar. Perto da janela (s) sempre houve rio, e o mar, onde  navega toda uma imaginação. A imaginação escrita pelo olhar de uma janela,a janela da alma os seus "Olhos"...







Célia M Cavaco / Desvios






Foto: Gustavo Figueredo  ( Turismo de Lisboa )