quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022


 

Só depois do fim, a balada do adeus,
um sentir confuso, uma dança em
contra dança, o final, e, tudo sem
nada para concertar, a valsa inacabada
dois corpos separados, duas mãos que
se desprendem.
Nada resta senão o final, muito à pressa
com medo de que tudo recomece.
Um início que por arrasto leva ao definitivo.
A valsa acabou, o beijo ficou pela distância,
num sabor amargo, as bocas tentam a rea-
proximação, indecisão, Amor, poema, canção.
A canção torna-se fado, fado desgastado em
que um, mais um, a separação, triste fim, triste
fado, fado de um amor descrente.
Numa última volta o tango do abandono.
dançado, cantado, musicado num poema que
era para ser, a guitarra portuguesa.
Cantar magoado, triste poema ,fado de uma só
voz , triste poema por terminar nesse cantar que
é despedida, melancolia nostálgica , fado que é
destino...








Célia M Cavaco,In DESVIOS





FOTO (? )