Entre o céu e a terra,esse mar que me banha o corpo como um baptismo espiritual .Esse horizonte de nuvens que se afastam quando tento alcançar o céu. O mais perto que sinto e tento chegar é esse céu que se junta ao mar dos meus sentidos,as nuvens são só a porta de entrada,passam tão rápido,deixando-me parada sem chão,sem braços que possa estender ao alcance parecendo tão perto do que dizem ser a tua morada.Sinto-te perto tão longe,sinto-te ao alcance de uma nuvem de algodão quando adormeço pensando em ti. Fazes-me falta,o céu é o limite,talvez seja essa a tua última morada. Desconheço tanto do que leio e quero acreditar.Sinto-te tão perto,tão longe ao mesmo tempo que o céu e a terra se fundem em nuvens passageiras levando-te de mim para essa distância que nos afasta.Sinto-te tão perto e tão longe que o grito no silêncio se faz eco o quanto me fazes falta,esse colo que era abraço,âncora e ninho no meu sono profundo de menina mulher enquanto tu eras o meu porto de abrigo.O tempo passa,tal qual como as nuvens que cada vez mais nos afasta nessa saudade tão presente.



Célia Cavaco,In MOMENTOS ECOLÓGICOS




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