quarta-feira, 9 de maio de 2018



Entre teias e ameias do meu castelo abandonado,reescrevo o contar da história ainda sem final.
Tudo quando ainda era uma vez...contada vezes sem conta pelos dedos da mão, outras tantas, cem vezes, como tudo começou. Num conto, acrescentei outro conto,desencadeando um ponto em cadeia bordado em sonhos sonhados tal qual princesa sem principe andou de nuvem em nuvem numa almofada de algodão dormitando em folhas de alfazema abraçada ao livro imaginário... era uma vez...assim começou a estória que se reescreveu vezes sem conta num duelo de caminhos de infância onde encontrou a adolescência, que por sua vez, acrescentou mais uns alinhavos na história, agora adulta, os sonhos sem moinhos de vento, sem espada, nem espadachim, sem rei nem roque, perdida num emaranhado de sonhos por cerzir, saltou, sonhou...era uma vez...como tantas outras vezes o sonho encantado acordou nos sonhos de uma criança que há muito dormiu no sonho que sonhou onde tudo era uma vez (...).



Célia M Cavaco,In Desvios






Arte:Paolo Domeniconi