domingo, 2 de abril de 2017



Matei a sede,reconfortei
a alma que me abandonou
sou pária do meu próprio corpo
vagueio por lugares vazios, sombra
do vento que me empurra ao encontro
de lugar nenhum...
Sou a noite do meu desassossego
o coração bate na soleira do abismo
voo em asas de Ícaro,o fio da navalha
é a minha resistência,a liberdade, o livre-arbítrio
Sinto vontade de ir além dos ramos da árvore
que me dão abrigo,sombra, e descanso embriagado.
Sou tanto de mim,procuro chegar ao paraíso,sou
desfolhada em cântico desejo de ser tudo.










Célia M Cavaco / Desvios








Photo: Julie Waroquier