Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
domingo, 26 de junho de 2016
As mãos tocaram nas teclas, os dedos deslizaram suavemente,um a um, fizeram a música soar.O corpo curvado a cada nota musical. A pauta e a pausa.O silêncio e a noite,a luz que ilumina a sombra de si.No tecto uma pintura barroca. Anjos a darem as mãos , querubins a dançarem sobre cristais,velas a tremeram com o beijo do arlequim e colombina . A musica macabra,a orquestra,os pintores,os girassóis,as gondolas. O inferno e o paraíso. A janela aberta,o som mágico da noite. Um piano, mãos que tocaram e pintaram a capela sistina. Um vulto, o maestro das almas que teimam em viver a noite sobre o nascer da manhã ainda adormecida...
Célia M Cavaco / Desvios