quinta-feira, 28 de abril de 2016





Despojada de palavras resguarda-se no silêncio.Móveis por arrumar na casa inabitada de um refúgio prometido. Palavras impossíveis acontecem,uma constante batalha social onde se desenquadra há muito numa intimidade construída. O tabuleiro de xadrez para exorcizar a insanidade mental. Os dias deixaram de ter o dia seguinte. O hoje, é uma forma de saber estar. A janela abre-se para os silêncios voarem até ao final das Avé-Marias,o terço na nua decoração das paredes brancas. A porta sem saída, o túnel onde a luz branca  sinaliza a proibição de entrada. Hipnotizada pelas palavras que incomoda os outros,reza , o milagre acontece,as palavras começam a fazer sentido. Acorda sobressaltada,nua e fria,a noite e a madrugada segredam cúmplices no medo.









Célia M Cavaco / Desvios











Photo: Ian Webb