Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
quarta-feira, 15 de junho de 2016
Vestida de trajes exóticos. Pés descalços sobre a areia, oásis onde as palmeiras são a sombra para repousar d´um sol escaldante. Pulseiras cintilam e dançam no pulso moreno.O poço,a sede arranhar a garganta. A bilha de barro para encher com água cristalina no poço mágico do sonho...
Ao lado do poço, uma escada subterrânea.A cada degrau, a transformação, vestido leve e de finas rendas.Um espaço,uma sala onde as paredes estão forradas de livros,tantos, que parece um oásis de todos os escritores do mundo. No meio da sala um piano de cauda.Um homem sem rosto toca um nocturno. sobressai o Quipá, é o homem sábio.Por um instante,a música é interrompida pela queda de um livro,apressa-se a apanhá-lo,segura nas mãos o Tanakh. Ouve-se numa língua estranha, mas que aos poucos reconhece como sua.Sente que chegou ao lugar onde sempre pertenceu.Outras vidas,outros momentos. O sonho repete-se demasiadas vezes,a incógnita de uma verdade insustentável.
Célia M Cavaco / Desvios