segunda-feira, 11 de janeiro de 2016






Sou ave sem ninho, pedaços de memórias são levadas pelo vento incerto de mar tempestuoso num barco sem rumo. Sou sal em gotículas de lágrimas cristalizadas.
Nas ondas de espuma, descanso o corpo naufragado em cama de areia onde as gaivotas repousam o canto das marés. Pouco a pouco,deixo-me levar pelo silêncio, o mar cobre a distância entre mim e as marés vivas onde mato a sede.A sobrevivência impõe-se,descubro-me na quietude do meu desassossego abolindo o pensamento com a ausência das palavras.










Célia M Cavaco / Desvios










Photo: Katherina Jung